terça-feira, 10 de junho de 2014

Camões 2.0 - Inteligência Artificial em Português

Hoje, dia de Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, trago-vos um "novo" Camões.

Chama-se "PoeTryMe", é um mecanismo de Inteligência Artificial (AI) desenvolvido na Universidade de Coimbra - é portanto conterrâneo do Camões original - e consegue fazer poemas em segundos.

O sistema permite uma parametrização prévia, nomeadamente no que diz respeito à forma (soneto, quadra, etc) e mood do poema (alegre, triste, contemplativo, etc) e ainda integra as palavras-chave que se quiser colocar, de modo a obter "O" poema que queremos.

Depois o seu processamento interno conjuga sintaxes e sentidos, obtidas a partir de análise de padrões da poesia já editada, e geram a poesia.

Abaixo está um esquema da arquitectura de informação que está na base do sietema de AI



© Hugo Gonçalo Oliveira. PoeTryMe, UC


Após produzir o poema - o que acontece em breves segundos - o sistema gera ainda um relatório que explica o processo criativo e a ligação que o programa fez com as variáveis que introduzimos.

Créditos merecidos a Hugo Gonçalo Oliveira, docente na UC e criador deste programa, o PoeTryMe funciona também em outras linguas que não o Português, o que traz uma noção de globalização ao mesmo.

Segue um exemplo de poesia gerada por esta aplicação:

INPUT:
poesia, arte, escrever, máquina, computador, automático, criar, gerar

OUTPUT:

vou fundar uma vida fundadora
outras de máquina perfuradora
duma certa sensação de magia
não te peço a arte cavalaria

da grande expressão da cega arte
e com seus desenhos e arte se parte
os gerativos que querem gerar
os turvadores que querem causar

os gerativos que querem gerar
os turvadores que querem causar
o que foi utensílio de trelhos
verdes preparos verdes aparelhos

eu tenho uma musa poesia
passa a proporção que harmonia

Camões, onde quer que esteja, é capaz de não estar muito contente com isto...




1 comentário:

  1. Onde se integra aqui a Alma do poeta?
    Onde está o sentimento?
    Escrever um poema é antes do mais, senti-lo dentro de nós.
    Lamento mas se o Camões estiver que nem uma fera, EU ESTOU COM ELE:

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