terça-feira, 30 de setembro de 2014

MEO TAXI combate UBER em Lisboa e Porto

A PT lançou recentemente o MEO TAXI.
Num modelo de negócio muito semelhante à UBER, esta plataforma de contacto faz a ponte entre o taxista e o cliente final, tudo através de uma APP que funciona para ambos.

Meo Táxi



Disponível, para já, apenas em Lisboa e Porto, do lado do cliente, a app permite, com apenas um botão, chamar o táxi mais próximo, baseando-se na geolocalização do cliente. A app permite ainda o acompanhamento do percurso do táxi até que este chegue até si, escolher o tipo de veículo (baseado no número de lugares, características, etc) e avaliar o motorista/a viagem.

Do lado do taxi, a app pemite, aos profissionais que adiram ao serviço – e paguem a devida comissão - a possibilidade de serem contactados para serviços, baseando-se na sua proximidade á chamada.

Tudo muito Uber-like.




No entanto de fora ficam as outras funcionalidades a que o Uber nos habituou, como a importantíssima possibilidade de saber de antemão quanto se vai pagar pela viagem, o garante dos 5 minutos de proximidade, a disponibilização do perfil público do motorista e, obviamente, a exclusividade do serviço.

Mas é, sem dúvida, um passo em frente na inovação nacional, na integração de serviços e no principio de colocar a decisão, literalmente, na  mão do cliente, pela mão da empresa Geolink.

Vamos agora ver quantos profissionais da “praça” irão aderir a este serviço.

Mais info AQUI

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O caso #BENDGATE e a oportunidade para as (outras) marcas.

Toda a gente sabe o que se passou com o novo iPhone 6, principalmente a versão Plus. É que parece que colocado no bolso de trás das calças e fazendo pressão, simplesmente o telemóvel, cuja finíssima caixa é feita de alumínio, dobra!

Dobra e já não volta ao lugar!

O vídeo abaixo em que se pode ver um iPhone 6 a ser dobrado pela simples força das mãoes, de Lewis Hilsenteger, um expert que mantem um canal de youtube dedicado a hardware, já teve mais de 44 milhões de visualizações.





A Apple já veio dizer que, dos mais 10 milhões de aparelhos já vendidos, apenas tiveram 9 casos em que aconteceu esta questão. A marca tem-se desdobrado, nos últimos dias, em declarações sobre o assunto, lançando dados técnicos sobre os seus testes de pressão e até abrindo as portas do mesmo centro de testes à imprensa para verificarem a solidez do gadget, que afirmam ser “normal” para o tipo de equipamento que é.

Mas a desgraça de uns é a oportunidade de comunicação de outros. Assim que a hashtag #bendgate se tornou viral, pelos milhares de posts literalmente a gozar com a apple, notável foi o aproveitamento do hype de comunicação por outras marcas, para “cavalgar a onda”, demonstrar a sua elasticidade, atenção aos trends da actualidade, e até humor.

Foi o caso de alguns exemplos que deixo abaixo:

A LG diz que o telefone deles também dobra, mas de propósito...




A Kit Kat diz que o produto deles não dobra. Parte mesmo


A cerveja New Belgian diz que aquilo também acontece com o produto deles, quando fica no bolso



A Samsung diz que o produto deles é curvo, não dobrado



A Nokia alemã diz que o produto deles há muito que não dobra nem torce



A Heineken "solidariza-se" dizendo que o mesmo acontece também aos seu produtos.. .as caricas...

A HTC diz que o seu produto está testado contra este tipo de uso mais intenso...



Já há uns tempos, no caso do blackout durante a final de um jogo de baseball, as marcas demonstraram estar muito atentas ao que se passa, exactamente para estarem presentes nos trends dos social media e fazerem parte dos mesmos. A isto chama-se, a audácia da comunicação dos novos tempos.




P.S - Como se não bastasse, esta foi uma das mais negras semanas de sempre para a Apple, onde também tiveram de retirar do ar o update 8.0.1 para o seu sistema operativo, após 2 horas de ter sido lançado, simplesmente porque um bug provocava que os iPhones ficassem sem rede telefónica.

Há que diga que Steve Jobs deve andar às voltas onde quer que esteja…

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

O desafio da imprensa 2.0

Preâmbulo
Por ser um texto para um meio digital apenas vou abordar os desafios colocados para a Imprensa quer generalista quer especializada no formato eletrónico propriamente dito. Não porque considere que o papel deixará de ter sentido em breve mas simplesmente porque a questão da sobrevivência do papel seria só por si um tema – que poderá ficar para uma outra ocasião. Além disso nem sequer é assunto para uma editora considerar neste momento a possibilidade de não abordar estes formatos ou tão pouco preocupar-se com o potencial de canibalização. O corolário destes dois factos sendo portanto que ambos se podem tratar em paralelo passe embora o facto de obviamente existirem sinergias e conflitos a dirimir entre ambos.

Sobre o produto
As principais características do meio escrito são a seleção, a hierarquização e organização dos conteúdos que desejamos comunicar. Podemos considerar que no meio digital esta seleção continua a existir – temos na mesma uma Home Page ou uma “capa” se considerarmos um paradigma de revista “Digital” e na verdade refletindo bem o que se passa é que os aspetos anteriormente descritos continuam a existir e se vêm enriquecidos. Logo aqui se coloca um primeiro desafio de natureza essencialmente económica. Na verdade esta maior riqueza é boa para o leitor mas para o editor resulta obviamente em custos acrescidos.

Tal como também resulta em custos acrescidos a segunda diferença que desde logo apontamos entre a imprensa escrita circunscrita ao papel e a sua equivalente digital. Espera-se não só um enriquecimento estrutural como também de tipo de media recorrendo ao vídeo por exemplo. De novo uma expectativa legítima por parte do leitor – afinal foi-lhe “vendido” que assim seria – mas também mais um custo acrescido no que diz respeito à produção.

Quando a estas duas características juntamos o facto de o cibernauta esperar interatividade (verdadeira interatividade isto é uma comunicação bidirecional) e ainda um ambiente de navegação rico e com significado semântico então as exigências em termos de recursos humanos sobem não só quantitativamente como também qualitativamente. Poderia estabelecer aqui – no controlo e no significado ou relevância desta bidirecionalidade o principal desafio colocado à imprensa 2.0 porém não o farei. É um tema interessante e polémico mas não é no que me diz respeito um obstáculo antes é uma característica própria do meio com a qual temos de aprender a lidar.

Ou seja se o fator produtivo se aligeirou um pouco pela desmaterialização do produto (e daqui a pouco veremos que não é assim tanto como se poderá julgar) este foi mais que compensado por custos em recursos humanos que se quisermos cumprir a promessa de um produto digital como terá sido imaginado transcendem largamente o custo do papel.

Sobre a distribuição
Também aqui a promessa aos editores do Digital parece num primeiro passo o verdadeiro paraíso; a promessa do Digital de desintermediação – a possibilidade de atingir diretamente o leitor é simultaneamente uma promessa de melhor o poder conhecer e logo de valorizar essa ligação direta a todo e qualquer anunciante e também uma promessa de deixar de depender de terceiros para essa ligação com os óbvios ganhos de margem associados.

E sim essas premissas são verdadeiras porém rapidamente os editores perceberam que apesar de tudo essa intermediação sendo de natureza diferente continuaria a existir, quer por via dos parceiros tecnológicos que não perderam a oportunidade de construir um modelo de negócio baseado nessa mesma intermediação quer por via de outros aglomeradores de conteúdo que respondendo à necessidade básica dos leitores “Onde vou encontrar o que quero ler” acabaram também por criar um negócio de intermediação que é em muitos casos semelhante à distribuição física.

Ou seja embora em aparência a publicação digital pareça ser mais proveitosa do que a física no que diz respeito à distribuição na verdade as taxas hoje praticadas pela maioria das lojas digitais assemelham-se em muitos casos ao total dos custos praticados nos canais físicos (juntando distribuição e retalho).

Sobre o preço
Se estivermos a falar da internet normal e a suposta gratuidade dos conteúdos nem valerá a pena estender-me muito sobre esta dimensão. No caso das revistas digitais vistas durante alguns meses (na internet as coisas avançam depressa)) como o Santo Gral para os editores então ainda assim estamos sempre a falar de preços abaixo dos preços em papel.
Portanto sejam gratuitos ou mais baratos a perceção do consumidor não deixa de ser que um produto digital por não ser material pode ser mais barato. Pouco importa como referi que os custos de produção outros que os materiais diretos sejam na verdade maiores – o facto é que essa é a perceção maioritária de quem consome conteúdos online – sobretudo de informação ou de opinião.

Sobre a promoção
Não deverá ser difícil a qualquer leitor deste texto – assumindo que resistiu até aqui – encontrar na net variadíssimas fontes que lhe dirão como é fácil promover o seu produto ou serviço. Fácil e barato para já não dizer gratuito.
Infelizmente não é nem fácil, nem barato muito menos gratuito. Aliás mesmo admitindo que alguma vez o tenha sido obviamente se fosse fácil para todos rapidamente o equilíbrio tenderia para o que sabemos.
Obviamente os motores de pesquisa e outros indexadores facilitam a promoção mas não a tornam gratuita. Contrariamente a alguns colegas penso que o Google é um aliado dos editores e não um concorrente. Se considerarmos que um meio digital tem por obrigação ser mais relevante (em média) que um qualquer blog então os indexadores serão efetivamente o que mais próximo existe de promoção gratuita.

De novo poderia aqui também colocar como desafio principal aquilo que alguns colegas consideram ser a concorrência ilegítima dos bloggers e da existência de “lixo” que prejudica os meios sérios.  Para mim esta é uma falsa questão e uma hipocrisia por quem supostamente sendo profissional de comunicação deveria respeitar mais do que ninguém a liberdade de expressão. Sim, a publicação eletrónica reduziu as barreiras à entrada, sim multiplicou as fontes de informação exponencialmente, sim algumas dessas são más – como também são maus alguns dos artigos dos nossos meios “profissionais”. A diferenciação pela qualidade não pode caber a nenhuma alta autoridade nem a nenhum processo burocrático. A diferenciação é feita como em todas as coisas pelo consumidor.

Quero acreditar que em média por todos os fatores descritos um órgão profissional será sempre melhor que um blogger. E se não o for … então esse blogger estará exatamente na mesma divisão e merece da mesma forma a respetiva recompensa. Mas de novo este seria um tema só por si … mas não o principal desafio.

Conclusão
O desafio colocado na verdade situa-se não numa comparação entre o papel e o digital porque essa comparação é irrelevante mas antes no facto de para o meio digital todos os fatores de produção serem após análise mais exigentes do que o equivalente em papel  (e para simplificar nem sequer abordamos aqui as dimensões de Recursos Humanos , de Processos e de Estrutura que ainda tornam o cenário descrito mais difícil) e para piorar a situação não existir por parte do consumidor uma perceção coincidente desse custo acrescido antes pelo contrário.

Esta diferença com razões históricas responsabilidade dos próprios media é na verdade em minha opinião o maior desafio que se coloca à imprensa 2.0 . Perceber por um lado o que o consumidor realmente deseja de todo o universo de funcionalidades e de riqueza de conteúdo que podem ser oferecidos com toda a certeza mas sobretudo conseguir comunicar que esse admirável mundo novo tem um preço.  É que se na primeira dimensão parece-me que de uma forma ou de outra lá chegaremos, para o segundo não vi até agora solução que me convencesse.





Fernando Vasconcelos

Mestre em Sistemas e Computadores pelo IST, MBA em Marketing pela Universidade Católica Portuguesa . “Internetossaurus” especialista em marketing digital. Co-autor do livro “A Gestão do Cliente no Século XXI”. Assessor da direção na Goody S.A com o pelouro da direção de Marketing . https://www.linkedin.com/in/fvasconcelos

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O Hoax do carregamento do iPhone

Desde o lançamento do iOS 8, há uns meses, que circula pelo mundo digital a notícia de um novo e rápido modo de carregar o seu iPhone: Basta colocar no micro-ondas lá de casa e em 70 segundos o aparelho estaria carregado a 100%.

Obviamente isto é um Hoax e, desta feita, devidamente perigoso e destrutivo, já que o único resultado de colocar um smartphone no micro-ondas é dar cabo dele – nos tais 70 segundos.

Supostamente o iOS8 teria um novo tipo de tecnologia, a que deram o nome de "WAVE", e que seria responsável pelos carregamentos rápidos.
Para ser ainda mais simples e convincente, esta tecnologia estaria já presente nos iPhones, mas desligada, e com o novo sistema operativo ficaria automaticamente activada – o que vai exactamente de encontro dos que defendem as teorias de conspiração que há mais nos nossos telefones do que aquilo que sabemos.


Exemplo do anúncio á falsa tecnologia WAVE


Este hoax está devidamente documentado, com banners, filmes no youtube e demais posts um pouco por todo o lado, a que se segue a massificação causada pelas partilhas nas redes sociais.

E há muita gente a cair nele!

O Reddit atribui a autoria deste Hoax a um thread anonimo do site 4chan, onde já no passado tinha circulado um outro hoax acerca de uma função, também do iPhone, que automaticamente o transformaria em equipamento à prova de água…

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A nova bolha

Será que estamos perante outra “bolha” tecnologica, como a de 1999? É que todos sabemos como acabou aquela…

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A verdade é que, como diz Bill Gurley na Wired, a dinheiro parece novamente jorrar para tudo quanto é tecnológico, nomeadamente nos USA.

E o apanágio disto é a entrada em bolsa da Alibaba, o maior site de e-commerce da Ásia, detido parcialmente pela Yahoo, arrecadou instantaneamente mais de 21,8 mil milhões de dólares naquele que foi o maior IPO de sempre em terras do Tio Sam.

Mas a aposta pelo techie está-se a fazer um pouco por todo o lado, quer via aquisições (Microsoft, Facebook, etc), quer via crowdfunding (Oculus, Pebble, etc), quer via IPOs (Alibaba, Uber, etc), quer via investimentos avultados em startups – caso, por exemplo, de Sir Richard Branson (o magnata da Virgin) que acabou de investir na SideCar – um projecto de CarSharing que já arrecadou cerca de 15 milhões de dólares de investimento.

A verdade é que todos os dias, quem está mais atento a estas coisas do digital, ouve falar acerca de mega-investimentos em projectos que, independentemente de terem o seu imenso mérito, estão apenas a arrancar e pouca estratégia ou planeamento terão pós-lançamento.

As startups tem grande ideias – e são estas que fazem realmente o mundo girar – mas a quantidade de dinheiro que está a ser investida e gasta pelas mesmas faz lembrar precisamente o que se passou em 1999 onde tudo o que tinha “.com” no nome, tinha um investimento de milhões.
Depois foi o que se viu, quando se começou a inquirir sobre a sustentabilidade dos projectos.
Porque, na realidade, quando se acabam os fundos que facilmente entraram, o projecto tem de se sustentar a si mesmo e, sendo essa a "pior" parte, gerar lucro para os investidores.

De notar que está estimado que em 1999 os investimentos na economia dotcom foram de cerca de 105 mil milhões de dólares. Neste momento, passados 15 anos, os investimentos no digital estão já nos 40 mil milhões, dos quais 23 tiveram lugar nos últimos seis meses.

Sendo Portugal uma pouco-honrosa excepção nestas lides – o nosso mercado, tal como aconteceu na bolha de 1999 é muito lento na adopção de novas ideias - arriscamo-nos a, tal como aconteceu na primeira bolha, a economia nacional comece a apostar na bolha após ela já ter demonstrado sinais de explosão lá por fora.

A ver vamos.... que assim diz o cego. Fica a reflexão

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Lisboa inventora no Lisbon Mini Maker Faire

Decorreu este fim de semana – aliás desde 6ª feira - o Lisbon Mini Maker Faire, no pavilhão do conhecimento, no Parque das Nações.



Esta mini-feira que celebra o movimento dos “fazedores” tecnológicos (makers) é um franchise do original Maker Faire, o maior espectáculo de “faz e conta” – make and tell do Mundo. A Maker Faire original foi este ano organizada em San Mateo na Califórnia, e já no seu nono ano contou com mais de 1000 makers e 120.000 visitantes.

Em Portugal, de dimensões mais modestas, ou não seja este o seu primeiro ano, a mini maker faire contou com 67 expositores que demonstraram o que é possível fazer-se com imaginação, novas tecnologias e muito engenho.

Esta feira apresentou-nos a plataforma CSEduino, uma versão do Arduino, módulo de prototipagem extremamente barato (€3,50) e que, na sequência da tecnologia Raspberry PI de micro-computação, permite construir computadores dedicados de elevado desempenho, baseado nas linguagens de programação Scratch e Python.


Tecnologias à parte, esta mini-feira, que trouxe muitos interessados ao Parque das Nações, foi prodiga em apresentações de impressão 3D, quer nos materiais tradicionais quer em novos como o metal, madeira e carbono,



Em drones e robótica




Tecnologias de aquisição e renderização de objectos em tempo real,



Protótipos de mobilidade – alguns a energia solar, como o campeão das corridas sustentáveis, ou o smart-carrinho-de-rolamentos






Um robot que joga ao jogo-do-galo (surpreendentemente bem)



Ou o interessantíssimo Ziphius, tão interessante que falarei dele num artigo a solo, mais tarde.



Acima de tudo, de parabenizar, quer a assistência, quer a quantidade de empresas e inventores que se apresentaram a esta feira. Portugal tem futuro nesta área, sim.



sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O que há numa rede social?

O que há numa ‘rede social’ como o Facebook? Tudo, nada, alguma coisa…

Comecemos pelo princípio. Uma rede é constituída por nódulos, laços e fluxos. Um nódulo é um ponto distinto de uma rede. Um laço liga um nódulo, pelo menos, a outro. Um fluxo é aquilo que circula entre os nódulos através do laço. É a junção específica das qualidades destes três elementos que constitui uma rede.
O que significa, olhando para as redes sociais na internet, que o sentido das mesmas passa em grande medida pelo teor dos fluxos que as constituem, os laços que ligam os seus participantes e os propósitos a partir dos quais se formam.

Quer isto dizer que as redes sociais digitais não são todas sociais do mesmo modo, e mesmo quando o são aparentemente (na sua forma), não o são necessariamente nos seus propósitos. Podemos organizar-nos em rede para ajudar a salvar uma espécie em vias de extinção, tal como o podemos fazer para obter conteúdos pornográficos ou para planear um atentado.

O que acontece então em redes como o Facebook? Tudo isto e mais do que isto, incluindo conteúdos anódinos ou apenas relevantes para quem os criou e decidiu divulgar. Na verdade, em muitos casos nada sabemos (ou pouco) acerca da natureza dos laços que ligam as várias pessoas em rede, mesmo quando fazemos parte (por vezes inadvertidamente) das mesmas. Recebemos pedidos de amizade de pessoas que desconhecemos, do mesmo modo que nos recordam constantemente que temos (pelo menos) um amigo em comum com estas pessoas.

A pressão para estar conectado e alargar (indefinidamente) a nossa rede, anda a par da pressão para estar sempre disponível e acessível, a qualquer hora e em qualquer lugar. Minutos ausentes da rede podem implicar perder informação ou, pior do que isso, ser deixado de fora de algo importante que ocorreu ou que está para ocorrer.

Danah boyd, no seu livro "It’s Complicated", a propósito da utilização de redes sociais por adolescentes americanos, analisa não só as práticas destes (que servem de espelho das dos adultos) como desenvolve uma teoria mais ampla sobre os atributos das redes. Para definir aquilo a que designa públicos em rede, identifica quatro características: a persistência - ou a durabilidade dos conteúdos e formas de expressão online; a visibilidade - ou as audiências potenciais a que se pode chegar; a possibilidade de disseminação - ou a facilidade com que um conteúdo pode ser partilhado; a possibilidade de pesquisar - ou a facilidade de poder encontrar um conteúdo.

Estes atributos não são exclusivos de redes sociais como o Facebook, mas assumem uma configuração particular neste tipo de plataformas, combinando-se de forma específica.

É deste modo que podemos compreender a forma como as idiossincrasias individuais ficam disponíveis por tempo indefinido a um público potencialmente vasto que passa a ser incluído, por ligação directa ou indirecta, na rede de quem teve a iniciativa de criar um dado conteúdo (um post, uma página...) onde dá conta de acontecimentos (banais ou extraordinários) da sua vida, esbatendo a fronteira entre público e privado, mas também erodindo (e iludindo) a proximidade dos laços que ligam vários públicos em rede. Online - através de diversos suportes - todos parecem ter uma voz.

A questão será saber: quem (n)os ouve e porquê?


(Leituras sugeridas:
boyd, danah (2014), It's complicated: The social lives of networked teens, New Haven, Yale University Press.
Simões, José (2008), “De várias malhas se entretece a rede global. Diferenciação cultural, sociedade em rede e internet”, in R. Carmo, D. Melo e R. Blanes (orgs.), Globalização no Divã, Lisboa, Tinta-da-china, pp. 127-145.)



José A. V. Simões

Doutorado em sociologia, docente na FCSH-UNL e investigador no CESNOVA (FCSH-UNL). Investigador em vários projectos nas áreas da sociologia da cultura, juventude e comunicação. Actualmente, coordena o projecto Activismo juvenil em rede: media digitais, movimentos sociais e cultura participativa entre jovens activistas e a participação portuguesa no projecto europeu Net Children Go Mobile. Autor de vários artigos científicos e capítulos de livros sobre os anteriores temas, tendo já publicado 4 livros.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O hoax do homem que voa como um pássaro...

Este é um dos mais incríveis Hoaxs a circular na Internet.

É a história (e o vídeo) de um engenheiro Alemão, de nome Jarno Smeets, que constrói umas asas num qualquer material plástico e simplesmente por bater os braços levanta vôo e, tal como um pássaro, se liberta da terra onde todos os humanos andam.

O maior sonho do homem, assim, conquistado.



O vídeo, no youtube, foi postado em 2012 e já teve mais de 7 milhões de visualizações.

Quanto ao facto de (provavelmente) ser um hoax, diversos críticos desmistificam o assunto, assinalando especificamente alguns detalhes algo inexplicáveis na filmagem do acontecimento que não se coadunam com a importância do mesmo, como o facto da câmara tremer na altura da pressuposta descolagem do homem-pássaro, e alguém passar à frente da mesma câmara aquando da aterragem.

Enfim, deixo à consideração - e ao sonho - de cada um.

E surge como apropriado um quote do filme de 1972 “Diamonds are Forever” de James Bond, na cena onde um par de ajudantes do vilão Blofeld fazem explodir um helicóptero:

Mr. Kidd: If God had wanted man to fly...
Mr. Wint: ...He would have given him wings, Mr. Kidd.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Conheça os triciclos eléctricos da Toyota

São fun. São trendy. São rápidos e “desenrascados” para o trânsito. E são electricos

Chamam-se i-Road e são a última invenção em mobilidade urbana da Toyota.

i-Road


A partir do próximo mês de Novembro, a marca vai disponibilizar 70 destas veículos numa base de bike-sharing, aos habitantes da cidade francesa de Grenoble, uma cidade a 100km de Lyon.

A ideia da disponibilização destes veículos neste modelo é fazer a ligação entre o local onde param os transportes públicos e o local de destino, ficando pronto a ser utilizado por outra pessoa nas suas pequenas voltas pela cidade (para quem se interessa pelo tema do “veículo-sharing” está já em funcionamento um projecto piloto de car-sharing em Lisboa, e já escrevi sobre o tema aqui).

Este é mais um projecto de mobilidade sustentável que procura incentivar as pessoas a deixarem o seu veículo em casa e usar o misto transportes públicos / veículos utilitários não poluentes, para as delocações no centro das cidades.

Os i-Road tem a versão apenas-condutor ou para dois, podem ser conduzidos por pessoas com mais de 18 anos, desde que tenham carta de condução, e as tarifas devem rondar os €5 por meia-hora.
As baterias duram para cerca de 3 horas, e disponíveis para o carregamento eléctrico dos mesmos estão já a ser implementadas 27 estações de carregamento rápido.

Para quando experiências destas, a sério, por cá?

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Disrupção na cidade - Dancing Traffic Lights

As agências de publicidade e comunicação têm, cada vez mais, de pensar fora da caixa para fazer campanhas eficazes.

E o eficaz quer dizer o disruptivo, o que abala o status-quo, o que provoca uma quebra na rotina diária, o que provoca o “awe” e o sorriso de cumplicidade.

E por outro lado, as campanhas cada vez mais se transformam em causas, defendidas, potenciadas ou mesmo criadas pelas marcas, onde o produto surge não como o personagem principal da peça mas o seu sublinhar.

É o caso da última campanha da Mercedes-Smart, por acaso gravada em Lisboa, realizada pela BBDO pela dupla criativa Lukas Liske e Daniel Schweinzer.

À causa dos acidentes de viação – nomeadamente os atropelamentos - provocados por alguma indisciplina dos peões que atravessam as estradas mesmo com o sinal vermelho, junta-se a questão “o que fará as pessoas pararem e esperarem pelo sinal verde?” e a disrupção do inesperado, da música, dança e participação na própria peça. E a disseminação nas redes sociais, claro está.

O resultado é “The Dancing Traffic Light” pertencente à campanha “We believe that #smart ideas can turn the city into a better place”.
Outro resultado foi que mais 81% pessoas que o costume pararam naquele semáforo...




E, já agora, o making-of, para quem gosta destas coisas:


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Mapa de todos os equipamentos ligados à Internet no Mundo

A imagem abaixo é um mapa de todos os equipamentos ligados à Internet no mundo. Quer sejam computadores, tablets, smartphones, carros, TVs, frigoríficos, torradeiras, tudo.

Clique para aumentar o mapa


A imagem foi gerada por John Matherly, um “internet cartographer” que no dia 2 do passado mês de Agosto fez um ping a todos os equipamentos ligados à Internet no mundo (Ping é um comando de rede que envia um pacote de informação a um determinado endereço IP e pede uma confirmação – echo – de que o tal pacote chegou). Esta operação durou 5 horas, embora a imagem acima tenha demorado mais de 12 horas a gerar.

Os mais entendidos saberão que há equipamentos (servidores e outros) que podem estar configurados para não responder a estes pedidos, por questões de segurança, e portanto o mapa não pode ser considerado uma fotografia 100% fidedigna de todos os equipamentos ligados, mas em todo o caso fornece uma análise muito interessante da dispersão e concentração do mundo online, no momento em que foi obtida.

Como qualquer fotografia, a imagem representa a realidade num determinado momento - neste caso as tais 5 horas – e assim os dados obtidos não consideram os equipamentos que possam estar na altura desligados, pelo que John Matherly já afirmou que quer fazer em breve novas experiências similares para depois juntar os resultados e ter uma imagem mais completa.

Em todo o caso, a imagem é, como diria Darth Vader, Impressive!

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A Reputação, a Comunicação e as Expectativas

Enquanto o mundo tecnológico estava vidrado nas notícias vindas de Cupertino, como se o mundo fosse mudar para milhões de consumidores, houve uma verdadeira revolução no mundo mas nem escreveu uma linha.

A revolução foi feita por uma empresa centenária, alemã, que há dez anos não lançava uma nova versão do seu produto, com uma marca que nos remete para o filme exterminador implacável: TM-31.

Pois, para 500 milhões de ex-analfabetos dos meandros misteriosos da cozinha, a TM-31 é um auxiliar precioso, e o exemplo perfeito de um produto que se tornou standard no mercado, criando uma nova necessidade: o produto chama-se robot de cozinha e a marca, em Portugal, chama-se Bimby!

Sim, a empresa chama-se Vorwerk, o produto em quase todo o mundo chama-se Thermomix 31 mas em Portugal ficou conhecido com a Bimby, uma verdadeira senhora líder de vendas. Um preço que é o dobro da concorrência (perto dos mil euros) e o exemplo de um produto a usar os métodos de venda através de agentes e de conhecidos para ganhar o coração de milhares de compradores.

Ora, o que aconteceu? Surgiu a Bimby 5ª Geração. Ou no resto do mundo, a TM5. O problema para a administração alemã é que quando lançaram a última ainda não havia Internet nem Facebook. E a rigidez alemã fez o resto. Um problema de relações públicas difícil de lidar e com a quebra de confianças de muitos consumidores na empresa.

Isto porque? Ao contrário do mundo actual, em que empresas de segmentos tão diferentes como o automóvel ou os telemóveis, transformam os lançamentos em eventos, altamente programados e publicitados, a Vorwerk lança o produto a nível mundial no dia 05 de Setembro ao final do dia (uma sexta), sem anunciar nada a ninguém e tendo vendido a Bimby Clássica até à véspera…. Pois, acaba de comprar um produto de 1000 euros que é suposto durar uma eternidade (são alemãs, super resistentes) e de repente há uma máquina que tem um ecrã táctil, um só botão e receitas assistidas por computador, em que o utilizador só precisa seguir as instruções do teclado?
Para agravar o facto, a Bimby Portugal esteve encerrada para férias durante a primeira semana de Setembro, reabrindo no dia 8 para um verdadeiro festival no Facebook de recriminações, insultos e o sentimento de revolta de milhares de consumidoras…

Quais os erros da empresa? Vários. Não anunciaram a alternativa, dando oportunidade às pessoas de optarem por uma das duas (a nova geração custa mais 100 euros) com uma política de descontos ou facilidades de pagamento nos últimos meses. Não fizeram do lançamento da nova uma enorme festa que promovesse ainda mais a empresa e potenciasse vendas. Demoraram a responder no facebook, e fizeram um comunicado difícil de ser credível. Tudo isto criou uma opinião desfavorável nos clientes.

Mas o erro mais grave não é esse. É que o modelo de negócio da Bimby/Thermomix é baseado na CONFIANÇA dos consumidores no produto e na empresa. O agente vai à sua casa porque você tem confiança no produto que ele vende e porque o seu nome foi referenciado por outra pessoa que tem uma Bimby. Um modelo conceptualizado pela Tupperware e que continua a funcionar em milhares de produtos. Desde que sejam credíveis…

Claro que não é um erro de comunicação. É também de gestão, de modelo mental de funcionamento. Mas é por falhas destas que as empresas sofrem. Sinceramente, acho que a Vorwerk não percebeu onde se estava a meter. Uma base de 500 milhões de consumidores não se insulta com segredo. A partilha deve ser incorporada no modelo da empresa.

E o mais curioso é que as receitas na nova TM5 não são compatíveis com a TM31. Claro que a empresa, que edita uma revista, diz que vai continuar a apresentar receitas para a TM31… Pois, mas acredito que vão ser os actuais consumidores a juntarem-se em sites e fóruns e a unirem-se. A Vorwerk pode ter mudado um produto líder. Veremos se continua líder e se volta a conquistar o público que perdeu a confiança na empresa, não no produto…

(este texto será também públicado no blog: www.joaomanueloliveira.com)





João Oliveira

Comunicador, Networker, sonhador. Ex-jornalista (ligado às novas tecnologias) e actual assessor de Imprensa. Desde comunicação política à melhor estratégia de conteúdos, é conhecido por… tentar saber de tudo, e muito, um dos seus princípios. Encontra-se em todo o lado. Pode começar por www.linkedin.com/in/joaomanueloliveira

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O hoax (ou não) do viajante no tempo

Em Outubro de 2010 o mundo (online e não só) foi abalado com uma “prova irrefutável” de viagens no tempo. Um realizador norte americano, de seu nome George Clarke, ao examinar do filme “O Circo” de Charles Chaplin, de 1928, vê uma cena onde uma senhora passa em frente ao ecrã a falar ao telemóvel!




Após cuidadosa análise à autenticidade do filme, chegou-se à conclusão que o mesmo não tinha sido adulterado e a cena era realmente aquela. Existe uma pessoa do sexo feminino que passa, com um aparelho junto ao ouvido e parece estar a falar para um interlocutor.

Em apenas 5 dias o filme atingiu mais de 300 mil visualizações no Youtube (neste momento vai com 6.7milhões), foi noticia de telejornais, capa de revistas e tudo o mais.

Eis o filme:



Posteriormente veio-se a chegar a uma teoria mais próxima da realidade. A senhora estaria sim a usar um auxiliar auditivo (as famosas cornetas auditivas, usadas, por exemplo, pelo professor Girassol, do Tintim) como as das imagens abaixo.



E estaria a falar com alguém que está fora do enquadramento da imagem…

Pois.

Confesso que a teoria do viajante no tempo é mais aliciante, mas, enfim, cada um acreditará no que quiser

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Chegaram os Smart-Pauzinhos-de-comida-chinesa

Com a proliferação dos smart-qualquer-coisa, e da tecnologia presente nos objectos do dia-a-dia, surge agora uma nova aposta para o departamento Internet-of-things: Os pauzinhos de comida chinesa tecnológicos.


© CNET


Lançados pela gigante tecnológica chinesa Baidu – uma empresa que anualmente leva a cabo uma das maiores conferencias de developers da Ásia, de nome Baidu World – estes pauzinhos tem o sugestivo nome de Kuaisou (筷搜) e conseguem detectar, graças a um conjunto de sensores, se a comida onde são mergulhados se encontra em condições de ser ingerida.

Segundo o CEO desta empresa, Robin Li, este produto nasceu de uma partida de 1º de Abril, e acabou por transformar-se num produto “a sério”, conseguindo detectar, especialmente, se o óleo em que os alimentos foram cozinhados está nas devidas condições, o que é especialmente importante num país em que o óleo do mercado negro (chamado GutterOil – óleo de esgoto – óleo reciclado proveniente dos lixos de restaurantes) é muitas vezes usado na confecção alimentar, o que provoca graves problemas de saúde pública.

O produto ainda não tem data de lançamento mas prevê-se que seja um sucesso por terras do oriente.

De notar que esta empresa também está a lançar uma sua versão do Google Glass, chamado Baidu Eye que falarei melhor qualquer dia…

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O Facebook transformou-se no FaceTube

Quem andas nestas andanças das redes sociais (e segundo os últimos números, são mais de 5 milhões, em Portugal) deve-se ter apercebido que o seu feed de notícias do Facebook está cheio de vídeos, desde a ultimo upgrade deste ano.

Pois é verdade. Com o crescimento dos smartphones, a banda larga e o always-on, cada vez mais as pessoas exprimem-se (a si e às suas experiências) através de pequenos vídeos, com pouca ou nenhuma edição.
E o Facebook apercebeu-se disso e alterou, há uns tempos, os seus algoritmos de modo a que, por um lado mais vídeos aparecessem nos feeds dos seus utilizadores, e por outro que os vídeos pudessem tocar automaticamente – grande dor de cabeça para os planos de dados.



Mas a questão aqui é que mais vídeos geram ainda mais vídeos, acima de tudo pelo fenómeno da mimicação (existe esta palavra?) que governa estas coisas.

A verdade é que o Facebook já serve à volta de mil milhões de vídeos por dia – dados da própria empresa, nesta passada 2ªfeira -  tornando-se um sério competidor para o Youtube. E destes números cerca de 65% vem de dispositivos móveis.

Sublinhando ainda mais esta tendência e a apetência do Facebook pelo mercado do vídeo online – que nos USA valerá 8bn dólares em 2016, segundo a eMarketeer – esta rede vai lançar agora o contador de acessos para os vídeos, de modo a que o utilizador consiga saber quantas pessoas na realidade viram o seu vídeo.

FaceTube!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Chegou a Pilha que dura para sempre.

Os avanços da tecnologia não param de espantar. E coisas que pareciam do domínio da ficção científica vêm a demonstrar-se bem reais e, muitas vezes, até ultrapassam os filmes e livros do género.

Desta vez é a questão da energia. A busca da humanidade por energias limpas e eternas vem desde a memória dos tempos, nomeadamente desde a revolução industrial, quando o homem se começou a aperceber que os recursos do planeta não são ilimitados e que para tudo é necessário (cada vez mais) energia.

Assim os cientistas e inventores têm-se dedicado à busca de alternativas viáveis aos combustíveis fosseis, nucleares ou outros que tal.
E agora deu-se um novo passo nesse sentido, na forma de uma pequena bateria de 1.5v, formato AA.



Cansado de comprar ou recarregar baterias para a sua máquina de barbear ou escova de dentes, o francês Nicolas Toper e a sua equipa, desenvolveram uma bateria eterna, que precisa apenas de 3 segundos para recarregar. E o melhor é que esse recarregar é feito simplesmente agitando a mesma, já que transforma a energia cinética em energia eléctrica.

E assim nasce a PILO, a bateria ecológica, sustentável, recarregável e eterna. Vai custar cerca de €10 e é ideal para aparelhos que se movimentem, tipo comandos de TV, comandos de consolas, escovas de dentes etc.

A empresa já está a aceitar pre-orders da bateria, que deverá chegar ao mercado em Outubro deste ano.

Os analistas já vieram afirmar que, a confirmar-se, esta poderá ser a next big thing e será um negócio de um bilião de dólares, mais coisa menos coisa.

O site a visitar está AQUI

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O Hoax do «alguém» quer dar dinheiro por reencaminhar este email

Este Hoax anda pela internet desde sempre, ou, pelo menos, desde 1997. É um daqueles emails que circulam e que dizem que se reencaminharmos o mesmo para os nossos amigos, alguém nos enviará dinheiro.

As primeiras versões deste Hoax de chain-letter, falavam na Microsoft. Recebíamos um email na nossa caixa de correio que vinha de alguém e cuja mensagem atestava que a Microsoft estaria a fazer um qualquer estudo sobre a propagação dos emails e estariam disponíveis para mandar dinheiro – sim, dinheiro liquido – a quem reencaminhasse o email para os seus amigos.

Isto provocou uma disseminação do email nunca vista para a altura, já que acreditou-se piamente na história, e mesmo os mais esclarecidos reenviavam o emil “não vá dar-se o caso de…”




Mais tarde o mesmo email, mas a falar na Bill and Melinda Gates Foundation circulou, e desta vez o objectivo, para além da pessoa receber algum dinheiro, seria contribuir para uma ONG ou causa social.

Ao longo dos tempos, o mesmo email, com poucas variações, circulou e sempre com sucesso.

Ofereciam-se telemóveis Nokia, iPhones, iPads e outros que tais. E as pessoas participaram sempre.




Com a disseminação das redes sociais, nomeadamente o facebook, as chain-letters foram gradualmente sendo substituídas por partilhas na rede social, sempre com o mesmo objectivo: A propagação da mensagem, pura e simples, just for fun.

Uma variação destas chain-letters vai mais para o campo esotérico ou imaterial, oferecendo sorte, boa fortuna, saúde, conhecer o special-someone ou mesmo amaldiçoando quem não fizer seguir o email. E, mesmo em 2014, muita gente continua a participar.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O FAPPENING e a questão da Segurança

O Fappening (contracção de Fap e Happening – sendo que Fap é calão anglo-saxónico para masturbação) do passado dia 31 de Agosto foi um leak de mais de 200 imagens íntimas de celebridades para a Internet pública.

Supostamente essas fotos são reais e estavam na posse dos seus legítimos proprietários em alojamentos de Cloud, mais concretamente na iCloud da Apple. Um utilizador – individual ou colectivo – conseguiu aceder a estas imagens e rapidamente as disseminou no site 4chan, inicialmente pedindo bitcoins (a moeda virtual) para quem as quisesse adquirir, e posteriormente de forma livre nas redes sociais Reddit, Imgur, Tumblr e Twitter.

As celebridades que viram as suas fotos íntimas expostas foram as chamadas A-list celebrities como Jennifer Lawrence, Kate Upton, Mary Elizabeth Winstead, Kaley Cuoco ou Kirsten Dunst, que num primeiro momento vieram negar a sua existência mas depois acabaram por vir confirmar a sua veracidade.



Entretanto, a Apple já veio, em comunicado, garantir que os seus servidores não foram pirateados e que não existiu qualquer falha nos alojamentos.
Há também quem diga que o(s) hacker(s) terá(ão)simplesmente adivinhado as passwords de acesso por serem demasiado obvias e simples, embora a teoria com mais adeptos, e muito em voga nos blogs de tecnologia, seja a de um ataque exploit via brute force HTTP basic, feito numa API da iCloud normalmente usada pela função "Find My Iphone", aquela app que nos permite encontrar ou bloquear remotamente o iPhone quando está perdido.

A investigação de como foi possível aceder a estas fotos, que supostamente estariam seguras nos alojamentos iCloud de cada utilizador, já envolve o FBI, a própria APPLE e um sem número de empresas de segurança e cibercrime, mas, à presente data, ainda sem qualquer resultado concreto.

Em todo o caso, a questão que este “evento” coloca é a segurança das imagens e documentos que guardamos nos nossos alojamentos de Cloud, uma vez que a esta segurança foi, de alguma forma comprometida.

O principio do armazenamento em Cloud assenta, acima de tudo, na confiança na segurança dos alojamentos, já que, quer a nível pessoal quer a nível corporativo, são inegáveis as vantagens deste tipo de tecnologia.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

As gravações e o Live TV - Let's talk about Advertising

Segundo o último estudo TGI (*) da Marktest, 37% das pessoas gravam os programas para ver mais tarde, ao invés de verem os programas em tempo real.

Ou seja, cerca de 3.2 milhões de Portugueses preferem gravar as suas séries e programas e depois vê-las na conveniência da sua disposição e comodidade, do que submeterem-se aos horários das cadeias de TV.

Esta realidade está ainda mais presente nos jovens, urbanos e, de classes mais elevadas.



Estes factos devem-nos fazer reflectir sobre o novo paradigma de TV que tem implicações directas no que respeita à publicidade.
Ninguém acredita que, num programa gravado, o espectador veja a publicidade nos intervalos para ela destinados, e, desta forma, seja impactado pelos anúncios.

Na realidade o consumidor que grava a sua série ou o seu programa na Box, passa à frente a publicidade, tornada obsoleta pela tecla de fast forward, e detém-se mais nos spots de autopromoção de novas séries e/ou spots de produtos relacionados com os próprios programas. Ou, pelo menos, de produtos relacionados com o tema do que está a ver.




Desta forma, os marketeers e publicitários, face a esta realidade, têm agora duas novas preocupações: a relevância e o enquadramento.

Não basta fazer um spot que cumpra os objectivos da marca e que seja criativamente apelativo. Tem também de se adaptar às novas realidades de visionamento de TV, sendo relevante e, de alguma forma, enquadrado no slot em que o spot vai passar, de modo a que faça parte do que o consumidor realmente quer ver.

Os media planners, por outro lado, passam a envergar o fato de consultores de oportunidade e tem também uma palavra a dizer no que respeita à criatividade da própria peça.

O tempo de colocar o anúncio do sabonete no meio do Telejornal está no fim. Os novos tempos são os do sabonete no intervalo da novela, com uma história tipo novela, personagens tipo novela e enquadramento na novela.

 Digo eu. :)




(*) O TGI é um estudo que permite identificar, conhecer e segmentar o consumidor português de acordo com os seus consumos, posse de bens e serviços. Através de mais de 300 Statements, com uma base amostral de 5000 entrevistas/ano sobre 17 sectores de mercado, o TGI da Marktest avalia o consumo e posse de bens e serviços para um total de 240 categorias, recolhendo em Portugal, informação para mais de 3000 marcas.


terça-feira, 2 de setembro de 2014

República do Equador lança MOEDA DIGITAL

Depois do BITCOIN, aquela moeda digital peer-to-peer que surgiu há uns dois anos que ainda hoje causa alguma disrupção na economia mundial (pelo menos conceptualmente) pela sua imaterialidade e auto-regulação, e algumas tentativas de aventuras semelhantes por parte da Google e da Amazon, surge agora uma iniciativa mais concertada e institucional, por parte do Governo da República do Equador.

De acordo com a Associated Press, esta iniciativa do Governo equatoriano está planeada para Dezembro de 2014 e, ao contrário das suas congéneres, será regulada pelo banco central do país.
Esta moeda digital coexistirá com a moeda nacional – o dólar americano – e servirá, numa primeira instância para pagamentos de intangíveis digitais, carregamentos de telemóveis e pagamentos online.




Embora a existência desta moeda, neste contexto, seja precisamente o contrário do que defende a Bitcoin, uma vez que será controlada por um banco central, o princípio do valor da nova moeda digital equatoriana será  mesmo: a lei da procura e oferta.

De notar também que esta notícia surge após o governo equatoriano ter banido todas as outras moedas digitais – nomeadamente a Bitcoin

Esta iniciativa, supostamente servirá mais de meio de inclusão da população à realidade digital e à realidade financeira do país, que tem uma divida publica na ordem dos 11Bn dólares