quinta-feira, 30 de outubro de 2014

6 dias sem sol, o último Hoax da Internet

Começou a circular há uns dias, e rapidamente tomou conta da Internet: O planeta terra prepara-se para ter 6 dias sem sol, devido a “explosões solares”.
Esta notícia e uma pseudo-explicação científica teriam sido confirmadas pela própria NASA e estes dias de completa escuridão ocorreriam entre 16 a 22 do próximo mês de Dezembro.

Esta “notícia”, primeiramente divulgada no site http://huzlers.com/ fez (e continua a fazer) furor nas redes sociais, na blogosfera e um pouco por toda a internet.

As hasgtags #6DaysOfDarkness rapidamente subiram para o top dos termos mais referidos e pesquisadaos no Twitter (e também no facebook) e o temor instalou-se um pouco por todo o lado, mesmo estando descrito no pretenso artigo que não existiriam quaisquer riscos para o planeta ou seus habitantes do pressuposto fenómeno.




As fotos e referências que estão no artigo são pessoas, imagens e situações reais da NASA, dando credibilidade a todo este assunto.

Entretanto os media tradicionais, que cada vez mais vão à internet buscar as suas notícias, também começaram a falar sobre o assunto o que provocou que um desmentido oficial tivesse de ser produzido, para descansar as pessoas.
Especialistas de todo o mundo, de entre os quais a própria NASA, face à proliferação do assunto, vieram a público afirmar que nada sabem do assunto, não tem qualquer ligação com a notícia nem conhecem qualquer fenómeno associado a explosões solares que cause 6 dias de escuridão para o nosso planeta.

Este hoax tem tudo o necessário para se tornar viral: é um fenómeno global, está quase aí, há gente a tentar encobri-lo (para os “fanáticos” das teorias da conspiração) e, não tendo efeitos nocivos, as pessoas são encorajadas a participar e a partilhar o que pretendem fazer nesse período de escuridão.

Mais um para o rol de Hoaxs globais.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

"Ordem de leitura" em comunicação

Há muito que, quem trabalha na publicidade, sabe acerca do conceito de “ordem de leitura”.

Este conceito defende que os argumentos comunicacionais numa qualquer peça tem de ser desenhados e colocados em locais certos para que uns sejam lidos mais cedo que os outros e assim se consiga passar uma história, um conceito, uma mensagem coerente e que cumpra os objectivos da peça.

Desta forma existirá, sempre, uma ordem de leitura de uma peça. Ou seja uma path que os olhos do consumidor percorrem quando vem pela primeira vez o anúncio.

E uma boa peça publicitária, bem construída, permite contar a tal história visual e fazer que o consumidor se foque primeiramente nos argumentos importantes e depois nos secundários.

A tecnologia de eye tracking (sensores que permitem, em tempo real, detectar, medir e registar o tempo, movimento e atenção dos olhos em relação a um qualquer ponto) aplicada à publicidade permitiu verificar essa ordem de leitura e, em alguns casos – quando se recorre a focus groups e test groups – corrigir as peças de forma a que o resultado final seja exactamente o pretendido.

Essa tecnologia permite criar os chamados “Heatmaps”, mapas tipo termograma que registam as áreas para onde a atenção das pessoas mais se foca.



Nesta anúncio, a atenção recai principalmente no rosto de Scarlett Johansson


Ordem de leitura de uma embalagem de bifes



Este excelente artigo do Business Insider mostra 29 heatmaps de anúncios, vídeos, websites (Google e Facebook) curriculums, e até posicionamento de produtos em liners de supermercado. Vale a pena ver, AQUI

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Tinder para noticias

No Disrupt Europe foi apresentado o projeto Newsly que tem como principal objetivo filtrar as notícias que vamos recebendo com base num algoritmo que vai registando as nossas preferências e que em termos de utilização tem muitas semelhanças com o Tinder (uma app que liga utilizadores para dating).



O conceito é simples. A aplicação vai mostrando notícias ao utilizador que decide se tem interesse em ver o detalhe das mesmas fazendo um swipe para a direita. Se não estiver interessado faz um swipe para a esquerda.

A aplicação vai aprendendo os gostos do utilizador para sugerir notícias que vão de encontro ao seu perfil e, de acordo com os responsáveis do serviço, consegue ser bastante eficiente a partir de 20 swipes. Numa primeira fase identificando as temáticas genéricas como política ou desporto, e de seguida aprofundando dentro dessas temáticas (por exemplo noticias de futebol sobre o Benfica ou noticias de ténis sobre jogadores portugueses no ATP e no WTA).

Este conceito tem ganho seguidores em outros mercados, como por exemplo aplicações de m-commerce, e deverão surgir mais serviços suportados na mesma lógica.

O modelo pode vingar em alguns mercados mas para tal é fundamental que o utilizador esteja disponível para “ensinar” a aplicação e que a variedade e recorrência sejam muito elevadas para justificar a existência de um intermediário com o papel de curador dos nossos interesses.




Tiago Silva Lopes

Diretor de Dados e Conteúdos Multiplataforma, responsável por diversos serviços over-the-top da Portugal Telecom. Foi responsável pela gestão dos conteúdos e serviços do portal SAPO e é um empreendedor fora da PT nos seus tempos livres. Vasta experiência no desenvolvimento de novos negócios.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Pagamentos mobile - Apple Pay e (por cá) MB Way

Uma das grandes novidades do iOS 8.1 – que foi lançado no início da semana, é o Apple Pay (ou para alguns o iPay segundo a nomenclatura habitual da Apple).

O Apple Pay funciona apenas no iPhone 6 e, futuramente, no Apple Watch e é um sistema de pagamento baseado no passbook dos iPhones e em NFC (Near Field Communication) para pagamentos em lojas físicas.

Basta adicionar o(s) cartão(ões) de crédito à conta iTunes e guardar os dados no Passbook – assim como já se guardavam os bilhetes de concertos e passagens aéreas – e utiliza-lo para pagamentos nas lojas virtuais.
No que respeita às lojas físicas, aí entra o NFC em acção, exactamente como na última geração de cartões Visa: Basta aproximar o telemóvel do terminal de pagamento, desbloquear a aplicação Apple Pay utilizando o sensor de impressões digitais e confirmar a compra utilizando o mesmo método.

A Apple garante que serve apenas de intermediário e facilitador tecnológico, não ficando com quaisquer dados das transacções ou lista de artigos.

Aliás há um vídeo, da autoria da TechCrunch a circular, que demonstra como é simples usar o sistema para comprar um Red Bull na Walmart’s e um hamburger na McDonalds.




Por cá, a aproveitar a onda, neste nosso canto-à-beira-mar-plantado foi lançado hoje, pela SIBS, o MB Way – Multibanco no telemóvel.




Esta tecnologia, também de pagamentos mobile, está disponível para iOS e Android e funciona pela associação do nº de telemóvel a cartões de débito/crédito. Ao fazer o download da aplicação e sua instalação -  e após configuração dos sistemas de segurança de PIN/Password,  o utilizador passa a poder fazer pagamentos em lojas físicas ou virtuais simplesmente utilizado esse pin/password e o seu número de telemóvel.

Eu explico melhor: Nos locais (fisicos ou virtuais) que aderirem a este sistema, o cliente só tem de fornecer o nº de telemóvel ao vendedor. Este insere-o no seu sistema e o cliente recebe uma notificação da APP para efectuar o pagamento, e fá-lo utilizando a mesma aplicação. Simples, não?

Este projecto vai estar seis meses em piloto e prevê-se para Abril de 2015 a sua abertura a todos os que queiram aderir. Vamos agora ver como decorre a aceitação, por parte de utilizadores e vendedores a este sistema, sendo que o seu sucesso poderá estar muito dependente do preço do serviço/equipamento para o vendedor…

Mais informações no site MB Way

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Londres vai ter um novo sistema de metropolitano

Baptizado de “New Tube for London”, e abandonando a tão inglesa característica das diversas carruagens, estes novos “metros” vão ter o conceito de uma só composição – chamado o walk- through design, com ligação directa entre as diversas secções, portas mais largas, wi-fi, suportes LCD (curvos) de publicidade e informação em tempo real, ar condicionado e… sem condutor.





Os sistema driverless, assim como a nova arquitectura das carruagens provocarão um aumento de 60% na utilização do metro londrino, que, de momento, transporta 8.000 a 12.000 passageiros por hora

O investimento ronda os £2.5bn e o contrato final deverá ser firmado em 2016, sendo as empresas concorrentes, para já, a Alstom, a Siemens, a Hitachi, a CAF e a Bombardier.

Os novos metros devem rolar nas linhas Piccadilly, Central e Bakerloo já em 2022 sendo o alargamento a outras linhas planeado para 2025, onde se fará substituição integral da frota que neste momento conta com 250 comboios.

Este mega-investimento permitirá, segundo os responsáveis, que os preços das viagens possam ser cada vez mais competitivos e o que o icónico metro londrino possa ser ainda mais o transporte de excelência da população de Londres, que se estima crescer para 10 Milhões em 2030.




sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Quando a publicidade causa acidentes

A agência de publicidade Sarafan Advertising Agency, de Moscovo teve uma ideia luminosa para divulgar o seu novo media de publicidade: posters gigantes em furgões, a circular pela cidade.

Por cá este tipo de media tem o prosaico nome de “carrinhas de publicidade ” e são comuns no interior ou nos subúrbios das cidades a anunciar eventos e espectáculos. E são, sem margem de dúvida, um bom meio de chamar a atenção e impactar diversos públicos, exactamente pelas suas características de mobilidade.

Exemplo de carrinha de publicidade

A questão é que a moscovita Sarafan teve uma ideia original, um salto criativo de excelência para chamar a atenção para este media: Um póster com uma foto do peito de uma mulher, em topless, com uma faixa estrategicamente colocada com o claim “elas atraem” – они привлекают no original.




E 30 destes veículos circularam pelas estradas e ruas de Moscovo.

O resultado deste stunt foi estonteante: 571 acidentes de viação em 24 horas. Os condutores chocaram entre si, com mobiliário urbano, edifícios e semáforos.

A intenção era conseguir medir a atenção que o media atraia (e por outro lado atrair clientes a publicitar no mesmo), mas o resultado foi terem de retirar a campanha do ar, rapidamente, depois de diversas queixas na polícia, que rapidamente deu instruções para terminar o stunt.

Os relatos dos condutores envolvidos nos acidentes são hilariantes: “estava parado num semáforo quando vi uma carrinha com aquela foto. Distraí-me e bati no carro da frente. Para meu espanto o carro de trás bateu também em mim, e o dono acabou por confessar que estava distraído com a mesma carrinha de publicidade”


A agência já veio a publico pedir desculpas pelos acidentes causados e assegurou que cobrirá todos os danos provocados pelos acidentes que não estejam a coberto pelos seguros dos condutores.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Os 9 maiores Hoaxs de todos tempos

Hoje é dia de Hoaxs. E ia eu escrever o meu post habitual, quando, coincidentalmente, vi no The Telegraph um artigo acerca dos maiores 9 Hoaxs de todos os tempos.

The Telegraph - The 9 Greatest Hoaxes of All Time


Desde o gigante de Cardiff, brincadeira de 1869, ao pressuposto diário de Hitler e ao Hoax do jovem preso num balão de hélio a voar pelos céus de Inglaterra, esta é uma compilação dos maiores deceives da história inglesa.

Assim tive o trabalho facilitado :). É só ver o excelente artigo no site do jornal que aqui deixo :

The 9 Greatest Hoaxes of All Time

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Uma lição de humildade – Bono Vox pede desculpas

Opppsss…” Foi assim que Bono Vox, o vocalista da universal banda U2 começou a sua resposta a uma pergunta colocada por um fã que mostrava o seu descontentamento pelo ultimo stunt dos U2/Apple ao enviarem para todos os iTunes (e por consequência iPhones e iPads) o seu último álbum, sem consentimento dos utilizadores.



A questão foi colocada por um fã da banda, num evento dos U2 em que a banda respondia a questões colocadas pelos utilizadores do facebook, no chamado Facebook Q&A (algo tipo um Reddit AMA – Ask Me Anything) e referia-se ao lançamento do iOS8 quando os U2 disponibilizaram gratuitamente o seu novo álbum “Songs of Innocence” directamente nas contas iTunes de todos os utilizadores.

Can you please never release an album on iTunes that automatically downloads to peoples playlists ever again? It’s really rude.” – disse Harriet Madeline Jobson o que numa tradução livre dá algo como “”por favor não voltem a lançar um álbum directamente para as playlists do iTunes dos utilizadores. Foi muito feio”.

E Bono Vox, em nome dos U2, pediu desculpas e explicou, com humildade, a razão: “pensámos que tinha sido uma grande ideia”, “deixámo-nos ir ”, “um pouco de megalomania”, “generosidade” e “um medo real que, no meio de tanto ruido  [da confusão dos nossos dias e vidas] ninguém ouvisse as músicas para as quais dedicámos os últimos anos da nossa vida”.





E é aqui que vale a pena reflectir:

- Em primeiro lugar, das milhares de perguntas enviadas, teria sido muito fácil não responder aquela. Ainda por cima depois da polémica que já se tinha criado á volta do assunto.
- Em segundo lugar teria sido ainda mais fácil assobiar para o lado, rir, dar justificações ou enrolar a resposta.
- Em terceiro lugar, os U2 são, unanimemente (ou quase) considerados como a maior banda do mundo. Não tinham de se justificar ou pedir desculpas e ninguém ligaria muito ou levaria a mal…
- Em quarto lugar, Bono admite o que todos os que trabalham em comunicação sabem demasiado bem: o medo da mensagem não passar no meio de todo o ruído dos dias. E quando “algo” tão grande como os U2 admite ter esse medo, isso, sim é uma grande prova de humildade. Assim como pedir desculpas. Assim como admitir os erros, sem rodeios.

Este princípio deveria ser um exemplo para muita gente, de diversos sectores políticos, empresariais, profissionais, etc. Por gente com maior ou menor grau de responsabilidade.

Afinal se os U2 fazem asneira e o admitem e pedem desculpas, qualquer um deveria fazê-lo.
Por outro lado se uma banda tão universal tem medos, todos nós também o podemos ter.

E combater e tentar, e errar, mas sempre tentar.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

O Outdoor de Realidade Aumentada da Pepsi

Cada vez mais a publicidade aposta em novos media e em transformar suportes estáticos e comuns em novas experiências, de modo a dar mais visibilidade às marcas e a passar conceitos e ideias.

Foi o caso do novo Outdoor de realidade aumentada da Pepsi Max.



Este outdoor, na realidade um abrigo de paragem, é o exacto exemplo do que falo acima. O abrigo de paragem tradicional tem a publicidade do costume, em termos de formato e de conteúdo. E pouco se pode fugir disso.

Mas numa perspectiva de rotura e de transformação do status quo, a Pepsi de Londres, com a ajuda da JCDecaux, trouxeram uma nova realidade.. à realidade.

O abrigo de paragem da New Oxford Street parece ser simplesmente um vidro, através do qual se consegue ver a rua, aliás sem qualquer publicidade. Mas na realidade é um ecrã de ultra-alta definição, que faz o display da imagem da rua em tempo real, conjuntamente com eventos de realidade aumentada. O resultado é ver coisas que lá não estão. E que coisas!!

O objectivo não podia ser melhor cumprido: quebrar a rotina, chamar a atenção, surpreender e, como estou fartinho de dizer, provocar o tal sorriso cúmplice.

Após o “susto” inicial, a tendência é espreitar o lado inverso do Outdoor, e então aí está a assinatura da marca, a patrocinar aquele momento.

Mas o melhor é ver o vídeo:



segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Ziphius – O drone aquático made in Portugal

Conheci-os na ultima edição do Lisbon Mini Maker Faire e, logo no post que fiz acerca da Feira, disse que havia de voltar ao assunto. Neste caso, voltar a falar do Ziphius, e desta vez a sério.



O Ziphius é um drone aquático 100% nacional. Segue os nadadores e surfistas, explora a flora e fauna aquáticas e grava ou streama o vídeo em tempo real. Já disse que é 100% nacional?

Quem o desenvolveu foi a Açoreana Azorean, uma spin-off da Ydreams, que pela mão do António Câmara, (presidente) Edmundo Nobre (CEO) e Cristina Gouveia (COO) querem revolucionar “a maneira nos relacionamos com os oceanos”. E daí nasce este robot, de baixo custo e fácil utilização, que ajuda a explorar o mundo marinho, nomeadamente a componente de lazer nos oceanos.

E o que é, afinal o Ziphius? Pelas palavras da entusiástica equipa da própria Azorean, o Ziphius é um drone aquático controlado por um smartphone ou tablet, que possui uma câmara HD que permite fotografar ou filmar o fundo do mar, oceano, rio ou lago.
Tem um router Wi-Fi que permite estabelecer uma ligação peer-to-peer com o utilizador, com um alcance de até 100 metros. Basta instalar a aplicação no dispositivo móvel, disponível para Android ou iOS, estabelecer a ligação à rede Wi-Fi do Ziphius e este fica pronto para comandar. E ver o que se passa em tempo real.

A sua velocidade é cerca de 6 nós (10 km/h) e a sua bateria dá para perto de uma hora em condições normais.

Mas melhor que ler, é ver o Ziphius em acção:




Sendo um projecto que deu os primeiros – e bem sucedidos - passos na plataforma Kickstarter, esta primeira versão tem apenas disponível a aplicação de controlo, mas estão já previstas novas apps que vão incluir jogos que permitem tirar o máximo proveito dos comportamentos autónomos do Ziphius. O que quer dizer, por exemplo, que o Ziphius poderá detectar uma bola e ir ao seu encontro (wof, wof)

O Ziphius está disponível para pré-encomenda, por €349, no site http://myziphius.com.

E para os mais habilidosos ou que tenham uma veia de bricoleur, o Ziphius está ainda disponível em versão do-it-yourself, por cerca de €160, que pretende, acima de tudo, apontar ao crescente mercado “maker”.
Esta versão contém uma placa electrónica desenvolvida pela Azorean (de nome Skelly), que funciona em conjunto com o Raspberry Pi – um mini-computador de muito baixo custo -, e inclui um micro-controlador baseado no arduino, assim como o controlo dos dois motores BLDC integrados na placa.




Já disse que é 100% nacional? Ah sim? Então é mesmo só para lembrar que “o que é Nacional é (realmente) bom”



sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Pagamentos Via Verde em restaurantes

A Via Verde, invenção portuguesa de pagamento de portagens de forma electrónica que já data de 1991, está agora disponível também em restaurantes.





Para já presente em 11 restaurantes McDonalds, o novo serviço denominado serviço Via Verde no McDrive permite o pagamento da refeição neste sistema de drive-in.
Basta ter um identificador válido e carregar no botão ViaVerde presente nos corredores "Drive", seguir e recolher o pedido e factura.



Os pagamentos possíveis no sistema Via Verde têm vindo a aumentar significativamente e a diversificar-se. Inicialmente disponível apenas como pagamento de portagens em auto-estradas, rapidamente o sistema foi adoptado para parques de estacionamento, viagens de Ferry-boat, postos de abastecimento e, agora, restaurantes.

A empresa aposta também já numa app (iOS e Android) que permite verificar extractos de conta, facturas, percursos, locais onde o sistema está disponível, entre diversos outros.

Este é um dos casos de excelência na inovação nacional e de pioneirismo, assim como de uma saudável ambição de crescimento e (ainda mais) inovação.

Nota negativa apenas para alguns problemas na área da comunicação digital, já que embora o press-release remeta para o site oficial da Via Verde para saber mais informações acerca de quais os restaurantes com o novo sistema, o referido site nem sequer faz menção ao serviço quanto mais aos restaurantes…

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O Hoax da Pastilha elástica com hélio

Este é mais um hoax fantástico.

Um vídeo, que rapidamente se viralizou, de uns jovens que se divertiram a colocar hélio na boca e depois fazer gigantescas bolas de pastilha elástica.. tão grandes e, devido ao hélio, tão poderosas que os levantam do chão e até lhes permitem saltar de uma ponte…

O vídeo rapidamente se espalhou pelas redes, e, embora seja já de 2009, de tempos a tempos volta e leva mais uma série de incrédulos a acreditar, tanto que pululam pelas redes avisos de “do not try this”.

O vídeo teve mais de dois milhões de visualizações.




Afinal era um anúncio à Blue Agency/RAPP, da dupla criativa Damien Frossard e Gilles Duplan, e a desmistificação está no vídeo abaixo, onde se podem ver os arneses e gruas.




Muito bom!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Bill Gates fala sobre o dinheiro digital

O meu post de hoje é apenas um vídeo. E ESTE vídeo vale a pena ver, e até ao fim.

Bill Gates (Microsoft e Bill & Melinda Gates Foundation) em entrevista à Bloomberg fala acerca da nova geração de pagamentos de bens e serviços para pessoas que não têm contas bancárias.

Bill Gates discute o peer-to-peer no envio de dinheiro, através de smartphones e equipamentos similares, experiências que já estão a ter lugar em países como o Quénia, Bangladesh e Somália e sobre a questão de não serem necessários bancos envolvidos nas transacções.




Vale a pena ver. São 15 minutos do futuro.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Uma Интернет só para mim!

Num discurso proferido no Conselho de Segurança Nacional Russo na semana passada, o Presidente Vladimir Putin veio demonstrar a sua vontade de criar uma Internet russa, à parte da “outra”, de modo a salvaguardar os interesses e sites russos.

Foto RIA Novosti/Dmitry Astakhov


A ideia será construir um sistema de proxy/backup para todos os acessos provenientes da Rússia, cujo tráfego se dirija a sites de domínio .ru, e .rf, que assegure que os sites se mantém online “numa situação de emergência nacional.”

Este sistema isolará a rede russa da www global - à semelhança do que acontece na China - mas apenas em caso de emergência.

Segundo Putin, a ideia não é “limitar o acesso, controlar ou nacionalizar a Internet", mas sim “garantir o funcionamento da Internet russa, e melhorar grandemente a segurança das redes de comunicação domésticas e fontes de informação, principalmente as usadas pelas entidades governamentais” principalmente porque os ataques de hackers tem visado, cada vez mais, sites russos.

Alheio a este assunto não devem estar as declarações de Edward Snowden, presente habitante de Moscovo, que atribuiu recentemente o crash do acesso Internet na Síria, em 2012, às acções de hackers dos USA.

Esta ideia, segundo as declarações de Putin, será completamente transparente para o utilizador e apenas entrará online no caso da tal eventual “emergência nacional”.

De notar que sistemas similares, de redundância e back-ups descentralizados são já comuns em diversos organismos, empresas e redes militares. Aliás, é bom lembrar que a própria Internet nasce, na década de 60 do século passado, de um projecto de manter em rede instalações militares, em caso de catástrofe - ARPANET.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O Aperto de mão

O uso de novas tecnologias é hoje uma expressão banal.

Por vezes parece que ainda não nos habituamos ao facto do recurso à tecnologia fazer parte do nosso quotidiano, como a escrita, a emoção e a alimentação.

Assim, a notícia não é o uso de tecnologia, mas a recusa em aceitá-la e usá-la convenientemente.
A obrigação é estar atento. O desafio é saber extorquir dos equipamentos, programas, gadgets, ou acessórios as respectivas potencialidades.
Se um dos mitos urbanos actuais é que apenas usamos um décimo do cérebro, então dos novos equipamentos nem um centésimo devemos utilizar. Aliás, mal nos habituamos ao on-off de um, já este foi substituído por outro ou sofreu no overnight, um upgrade qualquer.

Na política internacional o desafio é o mesmo. Apesar do baixo preço das viagens aéreas que faz concorrência com o acesso às novas tecnologias, o seu uso aumenta exponencialmente para trocar informação, contactar pessoas, acertar contactos e até conhecer melhor as situações e os seus protagonistas.

Significa isto a realização de menos reuniões internacionais inconsequentes? Não.
A tecnologia não substitui o contacto humano, a pessoalidade, a emoção ou o sentimento.
A política é feita de pessoas, com pessoas e seguramente para as pessoas.

A tecnologia – mesmo usada exponencialmente em todo o seu esplendor – promove a informação e o conhecimento. Alarga os horizontes e desenvolve a ciência.
Potencia a investigação, as descobertas e a partilha das mesmas.

Mas lá fora, como aqui dentro, nada substitui as pessoas e o aperto de mão.





António Rodrigues

Advogado de profissão. Deputado de função. E Vice-Presidente da bancada do PSD na Assembleia da República responsável pela área dos Assuntos Europeus e Negócios Estrangeiros. Mestre em cooperação e Desenvolvimento internacional. Professor Universitário entre 1983 e 2008. Exerceu funções de gestão e consultoria internacional em missões do Banco Mundial e da UE. Autarca entre 1985 e 2013.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Somos já 5.5 Milhões de “internéticos”, em Portugal

Segundo o Bareme Internet 2014, da Marktest, lançado há pouco, os portugueses online são já 5,5 milhões, ou seja 64% do universo de pessoas maiores de 15 anos, que vivem no continente.



De um número que em 1997 era apenas de 6,3% - lembro-me de em 95 sermos apenas uma mão-cheia – até ao presente número, o crescimento foi de 10X nestes 17 anos.



Segundo o mesmo barómetro, no que respeita ao perfil de utilizadores, entre os quadros médios, superiores e estudantes, o acesso corresponde a 100%, assim como entre os jovens 15-24, de classe social alta, o valor ronda os 99% de penetração.

E já que falo de números, se alargarmos a análise para o resto do mundo, o site InternetLiveStats afirma que cerca de 40% do total da população mundial tem hoje acesso à internet, enquanto em 1995 este valor era apenas de 1%.

Em termos absolutos, estamos a falar de cerca de 3 mil milhões de pessoas ligadas (mais concretamente 2.981 milhões) estimando-se que o número redondo 3bn seja ultrapassado ainda este ano.
Deste total, 48% correspondem à Ásia, 21,8% à America e apenas 19% à Europa.