Não vou aqui falar da questão do BES /GES. Deixo isso para os inúmeros comentadores e pseudo-comentadores políticos e económicos.
Vou falar de planeamento de comunicação, e eficácia na mesma em situação de crise.
Eram 22:52 quando Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, anunciou oficialmente a criação do BES-bom e do BES-mau (notícia que já toda a gente sabia) e, questões económicas e financeiras à parte, deu a notícia da noite: Que o BES-bom se ia chamar “NovoBanco”.
Considerandos de marketing à parte no que se refere a este nome (e ainda mais à parte a questão, levantada pelo jornalista Paulo Querido, que já existirá essa marca desde 1994, pertença do BCP), o que relevo aqui é a rapidez e eficácia do que se seguiu.
Logo a seguir às 23:00, o novo Presidente Executivo do agora "Novo Banco" envia um comunicado às redacções a afirmar a solidez, confiança e segurança deste novo banco gerido pelo Fundo de Resolução bancária.
Logo a seguir é enviada uma mensagem interna aos colaboradores para os descansar, para afirmar os valores do novo banco e a exaltar o profissionalismo que se espera de cada um.
Logo a seguir, cerca de duas horas mais tarde, o site do BES muda para o site do “NovoBanco”. E a imagem de capa é logo a do edificio sede do ex-BES, com aquele ar de solidez e imponência.
Isto chama-se planeamento. Não vamos pensar que foi tudo feito a correr e num instantinho. Não. Estava era tudo planeado. O nome, o site, a comunicação, o conceito.
Tudo cumpre os objectivos: serenar o público, acalmar os depositantes, acalmar o(s) mercado(s), conter o problema, enfim, positivar o prisma.
Parabéns ao Vítor Bento. Comunicacionalmente começa bem aquela que já foi apelidada da tarefa mais difícil da sua vida profissional.
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