quarta-feira, 3 de setembro de 2014

As gravações e o Live TV - Let's talk about Advertising

Segundo o último estudo TGI (*) da Marktest, 37% das pessoas gravam os programas para ver mais tarde, ao invés de verem os programas em tempo real.

Ou seja, cerca de 3.2 milhões de Portugueses preferem gravar as suas séries e programas e depois vê-las na conveniência da sua disposição e comodidade, do que submeterem-se aos horários das cadeias de TV.

Esta realidade está ainda mais presente nos jovens, urbanos e, de classes mais elevadas.



Estes factos devem-nos fazer reflectir sobre o novo paradigma de TV que tem implicações directas no que respeita à publicidade.
Ninguém acredita que, num programa gravado, o espectador veja a publicidade nos intervalos para ela destinados, e, desta forma, seja impactado pelos anúncios.

Na realidade o consumidor que grava a sua série ou o seu programa na Box, passa à frente a publicidade, tornada obsoleta pela tecla de fast forward, e detém-se mais nos spots de autopromoção de novas séries e/ou spots de produtos relacionados com os próprios programas. Ou, pelo menos, de produtos relacionados com o tema do que está a ver.




Desta forma, os marketeers e publicitários, face a esta realidade, têm agora duas novas preocupações: a relevância e o enquadramento.

Não basta fazer um spot que cumpra os objectivos da marca e que seja criativamente apelativo. Tem também de se adaptar às novas realidades de visionamento de TV, sendo relevante e, de alguma forma, enquadrado no slot em que o spot vai passar, de modo a que faça parte do que o consumidor realmente quer ver.

Os media planners, por outro lado, passam a envergar o fato de consultores de oportunidade e tem também uma palavra a dizer no que respeita à criatividade da própria peça.

O tempo de colocar o anúncio do sabonete no meio do Telejornal está no fim. Os novos tempos são os do sabonete no intervalo da novela, com uma história tipo novela, personagens tipo novela e enquadramento na novela.

 Digo eu. :)




(*) O TGI é um estudo que permite identificar, conhecer e segmentar o consumidor português de acordo com os seus consumos, posse de bens e serviços. Através de mais de 300 Statements, com uma base amostral de 5000 entrevistas/ano sobre 17 sectores de mercado, o TGI da Marktest avalia o consumo e posse de bens e serviços para um total de 240 categorias, recolhendo em Portugal, informação para mais de 3000 marcas.


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