Ou seja, cerca de 3.2 milhões de Portugueses preferem gravar as suas séries e programas e depois vê-las na conveniência da sua disposição e comodidade, do que submeterem-se aos horários das cadeias de TV.
Esta realidade está ainda mais presente nos jovens, urbanos e, de classes mais elevadas.
Estes factos devem-nos fazer reflectir sobre o novo paradigma de TV que tem implicações directas no que respeita à publicidade.
Ninguém acredita que, num programa gravado, o espectador veja a publicidade nos intervalos para ela destinados, e, desta forma, seja impactado pelos anúncios.
Na realidade o consumidor que grava a sua série ou o seu programa na Box, passa à frente a publicidade, tornada obsoleta pela tecla de fast forward, e detém-se mais nos spots de autopromoção de novas séries e/ou spots de produtos relacionados com os próprios programas. Ou, pelo menos, de produtos relacionados com o tema do que está a ver.
Desta forma, os marketeers e publicitários, face a esta realidade, têm agora duas novas preocupações: a relevância e o enquadramento.
Não basta fazer um spot que cumpra os objectivos da marca e que seja criativamente apelativo. Tem também de se adaptar às novas realidades de visionamento de TV, sendo relevante e, de alguma forma, enquadrado no slot em que o spot vai passar, de modo a que faça parte do que o consumidor realmente quer ver.
Os media planners, por outro lado, passam a envergar o fato de consultores de oportunidade e tem também uma palavra a dizer no que respeita à criatividade da própria peça.
O tempo de colocar o anúncio do sabonete no meio do Telejornal está no fim. Os novos tempos são os do sabonete no intervalo da novela, com uma história tipo novela, personagens tipo novela e enquadramento na novela.
Digo eu. :)
(*) O TGI é um estudo que permite identificar, conhecer e segmentar o consumidor português de acordo com os seus consumos, posse de bens e serviços. Através de mais de 300 Statements, com uma base amostral de 5000 entrevistas/ano sobre 17 sectores de mercado, o TGI da Marktest avalia o consumo e posse de bens e serviços para um total de 240 categorias, recolhendo em Portugal, informação para mais de 3000 marcas.
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