terça-feira, 23 de setembro de 2014

A nova bolha

Será que estamos perante outra “bolha” tecnologica, como a de 1999? É que todos sabemos como acabou aquela…

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A verdade é que, como diz Bill Gurley na Wired, a dinheiro parece novamente jorrar para tudo quanto é tecnológico, nomeadamente nos USA.

E o apanágio disto é a entrada em bolsa da Alibaba, o maior site de e-commerce da Ásia, detido parcialmente pela Yahoo, arrecadou instantaneamente mais de 21,8 mil milhões de dólares naquele que foi o maior IPO de sempre em terras do Tio Sam.

Mas a aposta pelo techie está-se a fazer um pouco por todo o lado, quer via aquisições (Microsoft, Facebook, etc), quer via crowdfunding (Oculus, Pebble, etc), quer via IPOs (Alibaba, Uber, etc), quer via investimentos avultados em startups – caso, por exemplo, de Sir Richard Branson (o magnata da Virgin) que acabou de investir na SideCar – um projecto de CarSharing que já arrecadou cerca de 15 milhões de dólares de investimento.

A verdade é que todos os dias, quem está mais atento a estas coisas do digital, ouve falar acerca de mega-investimentos em projectos que, independentemente de terem o seu imenso mérito, estão apenas a arrancar e pouca estratégia ou planeamento terão pós-lançamento.

As startups tem grande ideias – e são estas que fazem realmente o mundo girar – mas a quantidade de dinheiro que está a ser investida e gasta pelas mesmas faz lembrar precisamente o que se passou em 1999 onde tudo o que tinha “.com” no nome, tinha um investimento de milhões.
Depois foi o que se viu, quando se começou a inquirir sobre a sustentabilidade dos projectos.
Porque, na realidade, quando se acabam os fundos que facilmente entraram, o projecto tem de se sustentar a si mesmo e, sendo essa a "pior" parte, gerar lucro para os investidores.

De notar que está estimado que em 1999 os investimentos na economia dotcom foram de cerca de 105 mil milhões de dólares. Neste momento, passados 15 anos, os investimentos no digital estão já nos 40 mil milhões, dos quais 23 tiveram lugar nos últimos seis meses.

Sendo Portugal uma pouco-honrosa excepção nestas lides – o nosso mercado, tal como aconteceu na bolha de 1999 é muito lento na adopção de novas ideias - arriscamo-nos a, tal como aconteceu na primeira bolha, a economia nacional comece a apostar na bolha após ela já ter demonstrado sinais de explosão lá por fora.

A ver vamos.... que assim diz o cego. Fica a reflexão

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